O que fazer quando, apesar de suas boas qualificações, a aparência conta pontos negativos e dificulta sua inserção no mercado de trabalho na sua área de atuação.

Até que ponto o quesito aparência é importante para a empresa e para a sua contratação? Não estou falando de beleza pura e simplesmente, ou de piercings e tatuagens. Falo da aparência em si. Cabelos, unhas, roupas, aspecto pessoal (descansado, alegre, energético, deprimido, sorumbático), esse tipo de coisa. Então o que seria a aparência aceitável?

Há limites e bases para um julgamento? Sim. Quais seriam? Isso é subjetivo, e é aí que mora o perigo. Saber qual é o limite e como agir diante de um candidato de aparência não convencional é complicado. Eu considero os seguintes pontos quanto à aparência: ele teria uma imagem ofensiva para a empresa e seus clientes? Causaria repulsa? Incomodaria ou espantaria os clientes? Isso respondido, tomo minha decisão.
Alijar, cercear, discriminar alguém porque ele não é do jeito que eu gostaria ou estou acostumada não é do meu feitio, e creio que isso seja preconceito. Mas convenhamos, ter uma aparência “original” pode prejudicar sim a pessoa, principalmente em algumas áreas de atuação (saúde, por exemplo).
Porém, não se pode descriminar uma candidata porque ela tem os cabelos cacheados e você prefere que as moças tenham cabelos lisos ou escovados, por exemplo. Isso seria uma tentativa de padronização da beleza, onde o aceitável é o convencional ou o seu ponto de vista, nada mais.
Isso não é preconceito? Creio que sim, mas a lei brasileira penaliza apenas a discriminação quanto à raça, credo, gênero e deficiência física (dentro dos limites do possível). Há também a proibição da exigência de “boa aparência” nos anúncios de empregos, mas isso não ajuda muito.
Então o que fazer? Perder sua personalidade e se padronizar ou manter sua peculiaridade e enfrentar as dificuldades a mais que a aparência pode trazer na busca de um emprego? Eu prefiro a segunda opção. Não por uma questão de coragem ou vocação para mártir, mas porque a padronização forçada é falsa e acaba violentando a pessoa que se submete a fingir ser de um jeito que ela não é. Se sujeitar ou obrigar alguém a isso é cruel e antiético.

Ânimo, bom humor, desenvoltura e sorriso no rosto. Não precisa ser o Bozo ou o Silvo Santos, mas seja simpático. Não atrase. Comunique-se com gentileza e assertividade. Talvez a sua aparência não agrade, mas se for o profissional de qualidade que eles estão procurando, você será considerado para o cargo. Então, boa sorte!