quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Ser freelancer, tormento ou tranquilidade?


CLT ou PJ, eis a questão! Trabalhar não anda fácil, arranjar emprego então, nem se fala! Apesar do alarde na mídia dizendo que falta mão de obra no Brasil, sabemos que na verdade esse fato se dá apenas em algumas áreas específicas de atuação. Nesse cenário desolador, muitos trabalhadores acabam aceitando condições de trabalho nem sempre favoráveis ou ao menos justas.

É cada vez mais comum empresas contratarem funcionários PJ. E o que leva as empresas a preferirem esse tipo de trabalhador? Maior liberdade? Menos risco? Elas buscam profissionais autônomos ou mão de obra barata? São muitas dúvidas, e confesso que não tenho todas as respostas. Penso que algumas fazem isso para burlarem a cobrança de impostos trabalhistas, para fugirem de investimentos na própria planta ou coisa parecida.

Mas afinal de contas, como os freelances estão influindo no mercado de trabalho atual? Qual é o verdadeiro impacto que eles, PJ ou não, causam no mercado de trabalho brasileiro? Não digo apenas no quesito impostos, que acabam sendo pagos pelo trabalhador de qualquer maneira, mas também do panorama social da contribuição para o desenvolvimento do país. Será que o Brasil, sua legislação e população estão preparados para isso?


Não existe uma pesquisa nacional que responda essas questões. Eu acho que deve ser um grande impacto. Caso contrário não haveria tamanha comoção federal em legalizar pequenos empresários informais, fazer com que autônomos e profissionais liberais filiem-se e paguem a contribuição anual aos seus respectivos sindicatos ou entidades representativas. Acredito também que a burocracia e o excesso de impostos, pesados, sobre os micro e pequenos empresários contribuem para a propagação da informalidade na contratação e pagamento de freelas.

Há vantagens e desvantagens em trabalhar como freela. Só para citar algumas, no campo das vantagens está a maior flexibilidade de tempo, liberdade na aceitação ou não de trabalhos, mais criatividade diariamente. Já as desvantagens mais conhecidas são a incerteza de rendimentos, ausência de direitos trabalhistas e demais benefícios.

O freelancer tem que arcar com várias despesas (plano de saúde, energia, alimentação, transporte,suprimentos e manutenção de informática, etc.) e nem sempre leva isso em conta na hora de fechar o preço de um trabalho – ou leva, mas dá aquele desconto para não perder o job e acaba se dando mal ou vivendo pior no final das contas.

Infelizmente não existe um sindicato ou confederação específico para esses profissionais, mas é crescente o número de sites e comunidades que organizam a oferta de trabalho e currículos de freelancers dispostos a trabalhar. Porém, esses meios acabam fomentando um  problema grave: a rifa ou leilão de trabalho. Quem fizer pelo menor preço leva o job. Essa prática é prejudicial para os dois lados, pois nem sempre o mais barato é suficientemente capaz de realizar um bom serviço, e quando o é, acaba ficando no prejuízo por usar o seu tempo se esmerando em um trabalho que não vale o esforço.