terça-feira, 17 de maio de 2011

A subvalorização do brasileiro no mercado de trabalho. Você sabe o seu valor?

O brasileiro carrega, e fomenta, o estigma de ser um profissional barato. Mesmo que bem qualificada, a mão de obra aqui ainda é baratinha e pouco exigente. Nós trabalhadores acostumamos mal nossos contratantes. De uma maneira geral, não estamos habituados a exigir reconhecimento pelos ótimos trabalhos que prestamos. Muitos contentam-se apenas com a manutenção daquele cargo/emprego de sempre, em fazer “carreira” e ficam felizes em continuar ganhando um salário abaixo do merecido, mas em dia.

Estamos em constante aperfeiçoamento profissional e evolução tecnológica a fim de acompanhar os mercados e nos atualizarmos, mas a maioria dos trabalhadores (principalmente os mais velhos e tradicionais) não exige a contrapartida desse esforço: o reconhecimento salarial, o respeito, o apreço da empresa.

A recente ascensão da classe C gerou impacto direto no mercado do emprego, e não foi positivo1. O ingresso nas universidades em busca de melhores oportunidades fez com que profissões operacionais menos valorizadas ficassem sem mão de obra. Hoje é um sacrifício contratar, e a peso de ouro, pedreiros, auxiliar de serviços gerais, encanadores, pintores, empacotadores, caixa, entregadores e etc. Com isso, há hoje excesso de mão de obra “qualificada” e a conseqüente desvalorização de toda essa faixa trabalhista, o que causa a baixa desses salários.

Mas e a auto-estima da Classe C? Cresceu também? Apesar da sua ascensão, antigos temores arraigados em suas consciências (contas a pagar, empréstimos para quitar, etc.) não permitem que seus integrantes sejam mais ousados, exigentes, logo, mais valorizados.

A auto-estima deles ainda não está em alta e por isso eles sentem medo de perder o emprego e voltar para onde vieram.  E as empresas tiram proveito disso, de suas condições sociais, dos medos e do excesso de “oferta” de certos profissionais para oferecerem cargos em condições indecentes, sempre com aquela conversinha: “Se não quer, tem quem queira...”.

Em busca de estabilidade financeira (sic!) a qualquer custo, muitos brasileiros se sujeitam a baixos salários. É preferível aceitar receber R$ 800,00 como funcionário público concursado dos Correios do que lutar por algo mais condizente e se aventurar pelo mercado de trabalho em busca de melhor remuneração. Aceita-se não crescer patrimonial e financeiramente em troca da certeza do contra-cheque no fim do mês. Aí nos deparamos com um fenômeno estarrecedor: A subvalorização do brasileiro no mercado de trabalho mundial.

A geração Y está tentando (e conseguindo) mudar, a duras penas, esse panorama triste, mas sozinhos eles vão demorar bastante até conseguir. É preciso volume maior de trabalhadores dizendo não para essas condições ultrajantes para acelerar a mudança.

(1) Quero deixar bem claro que não sou contra o crescimento da classe C ou da ascensão de muitos para ela. Muito pelo contrário! Quero o sucesso do Brasil, o respeito aos trabalhadores e a sua valorização. Nunca fui muito com as ideias de Marx, mas acredito que estamos sim sendo explorados e desrespeitados. O mercado precisa e pode pagar decentemente por esses novos e antigos profissionais, só não o faz porque nós ainda não nos damos valor e exigimos isso. Está na hora de mudar! Como está hoje não é aceitável e o meu desejo é esclarecer algumas atitudes comuns no Brasil a fim de causar um debate sobre as mesmas. 

23 comentários:

  1. A concorrência estimula o baixo orçamento, o baixo orçamento ao baixo salário e daí a necessidade de o empregado aceitar ou aguardar a melhor oportunidade. O trabalhador necessita de planos de carreira com crescimento profissional e o empregador de diminuição de impostos.

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  2. Acredito que sua afirmação de que «A recente ascensão da classe C gerou impacto direto no mercado do emprego, e não foi positivo» é bastante controversa e implica em juizo de valor ao melhor estilo #classeMédiaSofre.

    O Brasil precisa mudar e uma das coisas que precisam mudar e que está mudando é justamente a enorme desigualdade social existente entre as pessas. É necessário que a distância de renda entre profissionais de nível operacional seja reduzida ainda que exista. Operacional opõe-se a tático ou estratégico. Um repórter é tão operacional quanto um pedreiro ou um quanto médico cirurgião, pois são profissionais que executam o trabalho diretamente.

    Muda o valor social atribuído a uma profissão ou a outra e dentre as menos valorizadas estão aquelas que envolvem o cuidado de crianças: de babás a pedagogas. A construção civil remunera melhor que cuidados infantis.

    Na construção civil existe uma hierarquia em que o "nível" operacional requer educação básica e o nível tático requer engenharia. Medicina e jornalismo requerem nível superior já para o nível superior. Claro que é razoável que uma profissão que requer duas vezes mais tempo de estudo implique numa recompensa maior, mas é razoável que essa recompensa seja 10 ou 20 vezes maior? Lembre-se que estamos falando apenas de nível operacional e não de risco empresarial.

    Quando você diz que «Hoje é um sacrifício contratar, e a peso de ouro, pedreiros, auxiliar de serviços gerais, encanadores, pintores, empacotadores, caixa, entregadores e etc» eu me pergunto o que você considera «peso de ouro». Seria uma renda mensal equivalente ao salário mínimo calculado pelo Dieese, de R$ 2.255,84 ou à diária correspondente de R$ 200,00 para um profissional autônomo?

    Pode estar certa de que quando estiver pagando 200 reais pela diária da faxineira ou do encanador você poderá deixar sua bicicleta sem tranca enquanto faz as compras no supermercado.

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  3. Leonardo,

    Minha afirmação citada realmente é controversa, mas não deixa de ser verdade. Sou totalmente contra essa ideia recorrente de que a Classe média Sofre. Sofremos todos por conta do desequilíbrio do mercado empregatício e do desrespeito com os profissionais brasileiros, independente de classe. O que quis deixar claro no texto foi minha crítica ao comportamento subserviente da nova classe C. Se você ascendeu a uma nova classe, aja como eles e tente melhorar ainda mais. O medo deles de voltar para a antiga condição social os faz aceitar muitas condições ultrajantes (não só salariais) em seus trabalhos, além de impulsionarem a queda da remuneração de certos profissionais.

    Acho que deve haver sim uma grande diferença salarial entre profissionais que apenas executam um serviço - sem que para isso seja necessário estudo ou habilidades criativas - e aqueles que passam a vida inteira estudando, pesquisando e criando em faculdades, congressos, cursos, e que estão em constante aperfeiçoamento (o que é bastante oneroso e demanda muito tempo e dedicação). Vejo como menos valorizadas aquelas funções que envolvem mais a força bruta do que a inteligência em si, mas isso é o meu juízo. Mestres, pedagogas e professores merecem ganhar tanto ou mais que um engenheiro ou médico, pois tem formação para isso e são responsáveis por formar nossas crianças e jovens. Desses profissionais dedicados depende a evolução do país.

    Eu discordo de você Leonardo quando diz que o operacional se opõe ao tático e ao estratégico. Nunca! O operacional faz base para os dois. Se um gerente não tem operários, por melhor que ele seja, está fadado ao fracasso. A escassez de operários na construção civil é prova disso. Os empreendimentos e as vendas são um sucesso, mas as obras não começam por falta de pedreiros (que hoje recebem mais do que professoras do ensino fundamental, daí o peso de ouro)! E isso acarreta em grave risco empresarial. Como gerir um negócio e fazê-lo prosperar se não há como entregar o produto oferecido?

    Por favor entenda que eu sou a favor de remunerar muito bem todo aquele que preste um bom serviço, independente de qual seja. Mais uma vez chamo a atenção para a importância dos trabalhadores operacionais e daqueles que atuam em funções dignas, porém descriminalizadas, como pedreiros e faxineiras. Precisamos do trabalho deles para realizar o nosso! O problema está no fato de que a escassez dessa mão de obra aumentou tanto a remuneração deles que não são todos que conseguem pagar por esses serviços. Eu sou exemplo disso. Os valores são justos, mas devido ao arrocho salarial que muitos vem sofrendo recentemente, não sei até quando vamos ter condições de contratá-los.

    Agora lembre-se que existe sempre aquele que, apesar da grande oferta de emprego operacional (a maioria não exige escolaridade), não deseja trabalhar e que vai roubar sua bicicleta! Esse ladrão sem caráter está presente em todas as classes sociais! Por isso, use sempre a tranca em sua bicicleta!

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  4. Realmente você tem razão. Tenho 23 anos e 3 formações um tanto quanto generalistas, porém que eu sei para que as quero. Resido em uma região que está se arrastando no desenvolvimento (região de Sorocaba), em comparando-se com Campinas e afins.

    Concordo com a máxima de que o salário quem faz é o profissional, mas em boa parte dos casos (inclusive o meu), abrir as portas é um grande desafio. Cobra-se muito por um simples estágio, OK, concordo com a cobrança, mas como vou pagar um curso de inglês se eu mal consigo pagar a minha graduação? Cursos complementares? Como vou pagá-los sem um estágio para financiar? Isso é um ciclo vicioso, uma deficiência por parte de toda cadeia de recrutamento que é resistente quanto à observar isso.

    Escassez de ofertas, aliado a salários baixos (relativamente falando), submissão por parte da mão de obra e assim caminha a Humanidade. Não sei se por ser fruto da Geração Y, mas tenho esse ponto de vista. Creio que um colaborador bem motivado, com salário confortável, condições confortáveis de trabalho custa um pouco mais, mas agrega muito mais à empresa como um todo.

    Tenho meus planos, objetivos e metas traçados, enquanto eu não os alcançar não irei estagnar-me, porém não levo em consideração apenas o salário, prefiro ter um salário 10% menor e ter condições de trabalho ideal, um 'Google' da vida.

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  5. Christina, enquanto os empresários não mudarem suas mentes não temos muito o que fazer... É mais facil eles retirarem dinheiro do caixa da empresa para comprar um carro de 1 milhão de reais e um ótimo barco ou avião do que investir na empresa, crescer e ter esses luxos mais a frente... Hoje nos preocupamos muito com o status e muitas vezes temos bens que nem utilizamos... Problema brasileiro é cultural...

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  6. Não é só o brasileiro Christina. O portugues padece do mesmo estigma. É algo cultural que infelizmente vos passamos :)

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  7. Infelizmente, a culpa por essa subvalorização é da nossa apatia. Mesmo que seja difícil, ainda é possível mudar essa cultura e melhorar significativamente essa situação nos dois países. Só precisamos melhorar nossa auto-estima através do reconhecimento do nosso valor. No momento em que tomarmos consciência de que somos importantes e desejados pelo mercado, e nos posicionarmos ativamente a favor de melhorias, conseguiremos começar a mudar essa mentalidade.

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  8. É verdade, mas no New York Times o salário de jornalista Junior é por volta de US$1500,00. Isto é o dobro do piso salarial no Rio Grande do Sul.

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  9. E o que estamos fazendo para mudar essa situação, Walmaro?

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  10. Eu falava de estratégico, tático e operacional na hierarquia de uma organização, não de conflito entre classes. É difícil falar em em arrocho salarial quando a maioria das categorias estão obtendo ganhos reais de salário em suas negociações.

    Não cabe julgamento sobre o quanto você paga (desde que não remunera abaixo dos mínimos legais ou mantenha pessoas em regime escravo ou semi-escravo, o que ainda é uma realidade em muitos lares brasilerios).

    Quando falei que chegado o momento de pagar R$ 200/diária ou R$ 2.500/salário como o salário mínimo, não estava falando de uma atitude individual, mas de uma realidade de mercado, inclusive com o auxílio desemprego ou bolsa família garantindo uma renda mínima de 2.500 para a família com quatro pessoas.

    Algumas pessoas que criticam os programas assistenciais do Brasil como o bolsa família ou o fundo rural esquecem que os países que idolatram tem programas assistenciais que garantem uma renda mínima equivalente a R$ 2.500/mês e alguns ainda controlam preços de itens de primeira necessidade tal como alimentos, remédios e, imagine só, aluguel residencial. :-)

    Você está certa quanto aos prestadores de serviço doméstico, você provavalmente vai ter de fazer muito mais coisas você mesma, mas provavalmente também vai mudar muitas coisas na sua casa. Sabia que quando cheguei ao Nordeste a primeira vez a classe média não tinha máquina de lavar roupas em casa? Em Curitiba todo mundo, classe média ou até classe baixa tinha.

    Hoje, toda classe média no no Nordeste também tem, mas não era uma questão de atraso em aderir às novas tecnologias, era uma questão pragmática: uma família de classe média tinha lavadeira/passadeira, cozinheira, duas ou três babás e uma "governanta".

    O que teve de gente dizendo que as pessoas não queriam mais trabalhar por conta do bolsa-família não estava escrito, até mesmo gente indignada que ninguém mais queria mandar filha pré-adolescente para trabalhar (e sofrer abuso infantil) em casa de família... culpa do Lula...

    Só uma observação, esses R$ 1.600 não poderiam ser considerados um salário de 1.600. Você precisa deduzir os valores correspondentes ao INSS, ao 13º, às férias remuneradas e abono de férias e à remuneração de faltas por motivo de saúde por período inferior a 15 dias corridos... Ela está cobrando 130 pela diária... o que, se ela trabalhar todos os dias (e não apenas para você) corresponderá a um salário de 1.600,00, que é insuficiente para manter uma família no Brasil.

    Quanto ao ladrão de bicicletas, saiba que há lugares em que esse tipo de situação é uma excessão absoluta à regra, só que as pessoas que estão desempregadas recebem uma ajuda suficiente para o sustento de sua família. Não estou a falar hipoteticamente, estou a dizer que a criminalidade é reduzida efetivamente com a distribuição de renda.

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  11. Excelente artigo CRISTINA.

    Desde 2007 venho tentando uma recolocação em um nível compatível ao que tinha antes, mas fui obrigado a aceitar muito menos após os primeiros 4 meses, e até hoje continuo tentanto uma recolocação com uma remuneração minimamente digna e compatível com meus conhecimentos, experiências, capacidade produtiva e potencial de crescimento.

    Você não está sozinha quanto a esse sentimento ...

    Tenho participado a alguns meses de vários grupos no linkedin e em outros sites e tenho visto muitas pessoas comentando exatamente a mesma coisa.

    Eu mesmo já enviei alguns comentários em algumas destas discussões "ajudando a fazer coro", para quem sabe um dia não muito distante mudarmos esta situação para melhor.

    Me parece que estas discussões tem começado a surtir algum efeito, pois já vi algumas ofertas de oportunidades de determinadas empresas de meses atrás sendo oferecidas mais recentemente com "pequenas melhoras em sua redação" ao descreverem a necessidade da empresa x exigências nas qualificações dos candidatos x contrapartidas (remuneração, ambiente de trabalho e benefícios) oferecidas.

    Vou passar a segui-la e divulgar esse seu artigo, pois acredito que uma forma de encontrarmos um caminho para ajudar a melhorar as condições oferecidas aos trabalhadores (de todos os níveis sócio-economico-educacional) é o debate com a troca de informações e opniões entre a sociedade, governantes, representantes das empresas e meios de comunicação.

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  12. Obrigada XPTO! Eu realmente acredito na máxima que prega que a união faz a força. Quando passarmos a nos valorizar e exigir mais começaremos a ver mudanças positivas acontecendo no mercado. Obrigada pelo apoio, e vamos em frente!
    Abç!

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  13. Christina,

    Já entrei em contato com você. Sou produtor do Programa Opinião Minas e nos interessamos pelo seu blog. O que acha de gravar um programa falando do seu blog e do seu conhecimento sobre a área? Existe algum contato para que possamos conversar? Meu email é munizfelipe@redeminas.mg.gov.br
    Aguardo seu contato.

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  14. Boa! É assim mesmo! Uma total distorção mercadológica... se o Estado é ´maior empregador onde vai estar o salto econômico? Na iniciativa privada? Como?

    Na maioria dos países onde isto ocorreu, houve um pesado investimento em educação de qualidade a todos sem restrição sócio-economica estimulnado o empreendedor, este sim responsável por um salto qualitativo da economia.

    É só relembrar a história: Alemanha, Japão, EUA, Coréia... Todos são grandes precursores de tecnologia de ponta, aumentando o valor de seus produtos e a remuneração de seus empreendedores e profissionais altamente qualificados.

    O nivelamento deve acontecer por cima e não na cova rasa do bolsa-família e do regime de cotas.

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  15. Christina...texto muito pertinente, cheio de verdades. Precisamos mesmo levar nossos colegas a observarem a bola de neve que a omissão tem criado.
    Parabens!

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  16. Carlos e Thiago, obrigada!!! Temos que perceber, analisar os problemas e cobrar das autoridades mudanças nas políticas públicas para melhorar nosso mercado de trabalho. Sem investimento em educação de qualidade, incentivo para os empreendedores e empresários brasileiros, redução dos impostos e otimização de investimentos o Brasil não vai conseguir mudar essa realidade agora, nessa década, nesse século.
    Temos que deixar de aceitar passivamente as arbitrariedades políticas em nosso país e exigir crescimento econômico, financeiro, social, educacional. A necessidade de crescimento da infra-estrutura brasileira para a Copa 2014 e Olimpíadas 2016 pode contribuir muito para isso, não acham?

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  17. Com certeza, por isso precisamos estar preparados em todos os setores, principalmente os projetos paralelos aos mega eventos, precisaremos de inglês para taxistas e outros até infraestrutura aeroportuária, segundo estudo do ministério dos esportes a os impactos econômicos previstos são :
    Os impactos econômicos potenciais resultantes da realização da Copa do Mundo podem chegar a R$ 183,2 bilhões, dos quais R$
    47,5 bilhões (26%) são diretos e R$ 135,7 bilhões indiretos (74%)
    • Os benefícios econômicos diretos da Copa do Mundo são resultado do crescimento/incremento em dimensões pré definidas, as quais
    foram contabilizadas em cada uma das variáveis de cálculo do PIB, já considerando os efeitos de importações:
    - investimentos em infraestrutura: R$ 33 bilhões:
    - turismo incremental: R$ 9,4 bilhões
    - geração de empregos: 330 mil permanentes e 380 mil temporários
    - aumento no consumo das famílias: R$ 5 bilhões;
    - arrecadação de tributos: R$ 16,8 bilhões

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  18. Cristina os governos Serra/Goldman firmaram convênio com algumas escolas de Idiomas com o custo de R$ 507,00/Aluno/Ano, 80Mil alunos em 2010, o governo Alckmin assim que assumiu cancelou estes convênios por achar o valor muito alto, minha empresa ( Ichannel Ometz ) esta oferecendo ao governo por R$ 150,00/Aluno/Ano, será que o governo Alckmin vai adquirir nossos cursos?, gostei muito de suas colocações para o grupo ( A subvalorização do brasileiro no mercado de trabalho ).

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  19. Acho sim, Christina. Mas minha preocupação, em se tratando desses eventos esportivos por exemplo, é o investimento maciço do dinheiro público e a provável falta de fiscalização da população na sequência. Por exemplo, as Olimpíadas de Los Angeles, em 84, deixaram um legado absurdo pra Califórnia, tanto em infra-estrutura pra população quanto pro uso comum do país, a exemplo do Aeroporto de Los Angeles que foi ampliado pra atender exatamente essa demanda que surgiria com as olimpíadas, situação bem oportuna falando de Brasil. Porém, o fato curioso é que o financiamento desses jogos olímpicos de 84 foram privados, 100%!!! Se o dinheiro é meu, eu quero olhar de perto o que estão fazendo com ele..essa é a tendência.
    Será que o que falta para o Brasil num seria isso!? Perdermos mais esse medo de iniciativa privada consciente e bem negociada, pra termos retorno duradoudo OU aprendermos a acompanhar onde estão indo esses investimentos, onde está indo meu dinheiro.
    O que quero dizer é que no Brasil cobrar investimento público pode ser uma faca de dois gumes, infelizmente!

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  20. Marcos, essa situação se repete em outros estados-sede também... As prefeituras nem sempre estão interessadas em prover cursos e demais conhecimentos necessários. E, quando estão, não adianta ter o melhor preço para ganhar um licitação. Fraude nas licitações e péssimo gasto do dinheiro público. Essas são algumas das minhas preocupações e do Thiago também. Infelizmente ainda não estamos livres disso. O jeito é intensificar a fiscalização pública desses investimentos.
    Thiago, acho que a iniciativa privada não tem interesse de investir nos eventos mais pesadamente por simples falta de cultura e incentivo do governo. Se houvesse uma contrapartida tributária interessante, talvez houvesse maior participação.

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  21. Heloísa, vamos exigir e fiscalizar para que esses investimentos se realizem. Por enquanto, aqui em Minas, o melhoramento do nosso aeroporto internacional e o treinamento de taxistas estão ainda na promessa. Vamos ver quando irá virar realidade.

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  22. Cristina

    Vou falar especificamente da minha área, até por não ter o mesmo conhecimento do que ocorre nas outras.

    Sou bacharel em Ciências da Computação (mais conhecido no mercado como Analista de Sistemas). Nos últimos anos, houve uma verdadeira proliferação de cursos de qualidade no mínimo contestável aqui no Rio de Janeiro. O que levou, ao meu ver, à desvalorização salarial de boa parte dos cargos nas empresas, que passaram a "se virar" com um profissional com formação nesses cursos.

    Sem querer criar polêmicas, mas existem cursos no Rio de Janeiro onde as pessoas pegam o diploma sem saber teorias básicas de sistemas operacionais, ou ao menos fazer um SQL decente.

    As empresas parece que se acostumaram a trabalhar com profissionais com formação mais simples, e não vêem necessidade de investir mais dinheiro em profissionais mais capacitados.

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  23. Marcello, eu percebo que essa citado por você situação está mudando. Empresas desejam, e muito, os melhores profissionais. Desejam também que esses tenham vários anos de experiência, especializações e cursos de atualização, línguas, vivências internacionais e muito mais. O que elas não querem é pagar um salário decente para esses profissionais, que acabam cedendo e aceitando ganhar muito menos do que merecem e trabalhar muito mais do que deveriam para tentar conseguir se manter. Aí entra a questão da desvalorização do profissional (bem qualificado) no mercado. Sei que o excesso de mão de obra barateia a remuneração de uma categoria, mas o problema não é bem esse.

    Espero que tenha gostado da leitura do blog! Obrigada pela sua opinião!

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